Breve reflexão: Aceitando o incontrolável
Há uns meses atrás, caminhando com o marido e conversando sobre o futuro e onde estamos hoje. Me dei conta que todos os “plano de vida” que havia feito para mim, nada saiu conforme o planejado. Que frustrante!
Não que eu tenha uma vida ruim.
EU NÃO TENHO!
Só tenho a agradecer por SER e me SENTIR tão abençoada.
Mas…
Não era isso que a Carol do passado havia sonhado para a Carol do futuro.
Nunca pensei que um dia iria sair da minha cidade natal — de fato (“dos vera”, como diria um manauara) — e moraria na região sul, por exemplo. Que estaria longe da minha família, dos meus amigos, das minhas raízes.
E a maior ILUSÃO de todas
Essa parte é a que me deixa FRUSTRADA
Pensei que na minha idade já teria uma VIDA FINANCEIRA ESTÁVEL (kkkkkkk bora rir, galera!), que teria tido filhos e aquelas conquistas clichês que a gente sempre sonha — ou que sonharam pra nós e disseram que:
Isso é ter sucesso na vida.
Quanto mais eu tento ter controle sobre a vida…
Mais ela me mostra que eu não tenho controle de nada. É como tentar segurar a água com as mãos. Ela escorre entre os dedos.
Eu sei que isso é ÓBVIO! Para mim, também é. Porém, em muitos momentos me percebo sendo a pessoa que sou: CONTROLADORA. Percebi que sou assim porque tenho MEDO.
Medo do desconhecido
Medo do inesperado
Medo da sensação de impotência
Sentir medo é um mecanismo de defesa natural do ser humano. E ter a sensação de que estou no controle me traz tranquilidade, porque sei que se algo acontecer, saberei lidar com isso. Entretanto, a vida é cheia de incógnitas. É como dizem:
A vida é uma caixinha de surpresas.
As variáveis que não podemos controlar, mas que tentamos mesmo assim
Não conseguimos controlar se faz chuva ou se faz sol, apenas lidamos com os fatos e tomamos providências diante dela.
Não é porque fiz “X” que “Y” vai acontecer.
Comentei que estou — atualmente — estudando para concursos, né?! E eu sei que: Estudar para uma determinada prova, não significa que serei aprovada. Eu não tenho controle sobre como virá o nível de cobrança. Se nível NASA ou ABSURDO, como já aconteceram algumas vezes (né?! dona FGV).
Na teoria, compreendo que é minha responsabilidade fazer o meu melhor HOJE, cuidar da minha saúde física, mental e emocional, porque a sorte encontra aqueles que estão preparados. Fazer apenas a parte que me compete, respeitando minhas limitações. Mas, na prática, isso é bem desafiador. Pois a vida não é estática!
Lembro de um professor de língua portuguesa, em Manaus, falando a seguinte frase :
“Nem sempre os nossos planos são os planos de DEUS, mas os planos de DEUS são infinitamente melhores que os nossos.”
Essa frase ficou gravada na memória, porque ela me reconfortava diante das dificuldades, ou seja, quando tudo dava errado.
No entanto, lá no fundo, eu continuava a nutrir o receio de soltar os fios da vida. Isso acontecia devido à falsa sensação de que tudo estava sob meu controle. 🤡
E, frequentemente, sem que eu percebesse, esses fios que tecem a vida me conduziram por caminhos distintos daqueles que eu havia idealizado. No entanto, essas experiências, sem sombra de dúvidas, foram necessárias para o meu desenvolvimento pessoal.
Nadar contra a maré ou deixar fluir? é uma escolha.
E já que não tenho o controle “de tudo”
“eu me liberto da necessidade de querer ter controle sobre tudo o que acontece na minha vida”
Confesso para vocês que quando externalizei aquela frase, senti um alívio dentro de mim. Me senti até mais leve, sabe?!
Isso não significa ter uma postura passiva perante à vida. E sim, buscar ter baixa expectativa, ser mais flexível e permitir que a vida nos surpreenda e nos conduza para os outros destinos. Podemos aprender a fluir com as mudanças e encontrar oportunidades nas reviravoltas.
E hoje tenho consciência de que o desafio — para mim — está em encontrar um ponto de equilíbrio entre a ação e a aceitação. E que embora não possa controlar tudo, posso influenciar a maneira como respondo aos desafios que a vida apresenta. É nessa interseção entre controle e soltura que muitas vezes encontramos um sentido mais profundo, a leveza e paz interior.
“Senhor, dai-me a serenidade de aceitar o que não pode ser mudado, a coragem para mudar o que pode ser mudado e a sabedoria para distinguir uma coisa da outra”. — São Francisco de Assis
Momento: Reflexão no chuveiro
Conversando comigo mesma no banho — meu momento favorito de reflexões — cheguei à conclusão que ser uma pessoa controladora não é tão ruim quando você direciona essa “energia” para o lugar certo. É isso que quero aprender.
Algo pode ser bom ou ruim, dependendo da maneira como utilizamos.
E por aí?! Como é que tá sendo? Tudo dentro do planejado? Ou vocês são seguidores da filosofia do Zeca Pagodinho? “Deixa a vida me levar, vida leva eu.” hahaha 😁
Vou deixar alguns links que me inspiraram a refletir sobre o assunto.